Thursday, April 26, 2007

Este grito não é de guerra (esboço e súmula)

Esboço:

"Andam a encher-me os ouvidos de ti. Dizem-me que fizeste o mesmo que os outros. Não sei, talvez te guarde um "também tu" como o personagem antes de morrer.
Há voltas ao Mundo nos pés e nas mãos que são um autêntico desperdicio. Fazem lembrar o Shoko Azahara (que agora notei que tem um nome que podia ser uma marca de chocolates), acho que era assim o nome dele, que era gordo, cabeludo, e barbudo e dizia que em meditação levitava até à Lua. No entanto nunca saía da cela da prisão, a ela confinado por ter morto dezenas de pessoas com gás.
Mesmo pessoas sem poderes meditativos fazem voltas ao mundo e voltam iguais, sem se terem movido. E continuam sem compreender a essência de uma conversa entre dois desconhecidos.

Ver tudo do Mundo inteiro e voltar sem um sorriso para um estranho não é de gente humana, mas sim do bicho-Homem. Essas pessoas são as mesmas que vêem nas prisões um depósito de massa que convem esquecer. Não se pode dar calor a quem falha, a quem vai voltar a falhar? Não se pode ter um gesto de pessoa?
Uma temporada no sofá é um analgésico poderoso e, a meu ver, insuficientemente receitado.

Mas e tu?
E se me desiludires? Se me tiveres mentido assim, rido de mim no silêncio dos teus pensamentos, na lingua que é só tua, como eu tenho a minha, que só o que me anima compreende?
Será então tão minha a culpa quanto tua, terei esbanjado o sorriso guardado em ti.
Mas nada diz que só guardo um.

Súmula:

No meio disto tudo, talvez ele tenha razão, afinal.
Se calhar deviamos ser todos perfeitos.
Ao fim de 10 anos o imperfeito seria exótico. 30 anos depois seria finalmente belo."

Sabão.

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