Friday, June 27, 2008
Wednesday, June 25, 2008
Wednesday, June 11, 2008
lost in translation - uma pequena história de Amor.
Um dia, uma truta de Viseu apaixonou-se por um lavagante inglês.
Ela falava o idioma dele, mas tinha o problema da pronúncia do interior. Ele não falava nada de Português.
Separados pela barreira da lingua, a relação não durou muito tempo: de cada vez que ela lhe queria chamar "Marisco" ele percebia "Egoísta".
Ele cansou-se.
Ela também.
Ela falava o idioma dele, mas tinha o problema da pronúncia do interior. Ele não falava nada de Português.
Separados pela barreira da lingua, a relação não durou muito tempo: de cada vez que ela lhe queria chamar "Marisco" ele percebia "Egoísta".
Ele cansou-se.
Ela também.
Monday, June 9, 2008
O Braço
Num precipicio, numa terra perdida, há uma árvore gigantesca que paira no ar. Tem um ser que a segura, um bicho que não o é. O ser tem côr de leite, e forma de braço, um punho fechado sem dedos.
Na aldeia que sempre esteve junto do precipio conta-se que, há muitos anos, havia no topo uma gigantesca árvore que um dia decidiu atirar-se. Arrastou-se nos ramos velhos e quebradiços e caiu, como caem as coisas que se atiram.
Durante a queda, uma das sementes da velha árvore gritou de pânico, porque no entender dela não se morre assim, pequena mais do que pequena, semente.
E teria sido a própria terra a apiedar-se da semente, e a fazer crescer um pequeno dedo, apenas o suficiente para a semente se equilibrar.
Com a semente desligada da Terra, cabia ao Braço, então ainda Dedo (ou apenas Falange, Falanginha ou Falangeta) alimentá-la de tudo o que precisava.
Ao longo dos séculos cientistas estudaram o estranho Braço, hoje monstruoso que suporta uma árvore milenar de raizes no ar. Não se sabe o que come, o que bebe, como respira, se sintetiza, se fala. Mistério ainda maior é a árvore que cresce com as raízes a balançar no vazio.
Monday, June 2, 2008
Nostalgia
Apercebeu-se que, quanto mais crescia, mais pequenos lhe pareciam os prédios.
Por isso foi para Nova Iorque, ser criança outra vez.
Por isso foi para Nova Iorque, ser criança outra vez.
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